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A avaliação do programa Mais Médicos na visão de um secretário de saúde

Deni Zolin

Foto: Renan Mattos (Diário)

Questionei um secretário de Saúde de uma cidade gaúcha sobre qual a opinião dele sobre a atuação dos médicos cubanos no programa Mais Médicos. Ele admitiu que esse tipo de análise nunca foi feita de forma criteriosa. Na cidade dele, o secretário comentou que os cubanos acabavam tendo "baixa resolutividade", porque enquanto um médico brasileiro de atenção básica encaminhava 20% dos pacientes para atendimento a outros médicos especialistas, os cubanos acabavam encaminhando, em média, 40% das pessoas.

Na avaliação dele, o índice dos cubanos estava elevado, o que seria ruim, pois entende que eles deveriam resolver mais casos já num primeiro atendimento. O secretário também avalia que parte da satisfação da população em relação aos cubanos é porque as pessoas mais humildes precisam, às vezes, mais de atenção e de serem ouvidas, coisa que não tinham porque faltavam médicos nas cidades pequenas - e que passaram a ter com os cubanos.

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Além disso, esse secretário de Saúde, que não é médico, avalia que a questão ética dos médicos cubanos nunca teve a atenção necessária do governo brasileiro:
1) Eles eram ou não obrigados a vir ao Brasil?
2) Por que não podiam trazer as famílias?
3) Por que tinham de aceitar receber só 30% do valor?
4) Por que o governo exigia revalidação de outros médicos estrangeiros, mas permitia que os cubanos trabalhassem sem qualquer comprovação de qualidade técnica?
5) Como ficava a questão ética da profissão e até jurídica, em casos de erros médicos e processos, já que eles não eram validados no Brasil?

- Os fins não podem justificar os meios. Não é porque faltam médicos que podemos aceitar contratar médicos de qualquer forma, inclusive podemos colocar em risco a população. Mengele dizia que pesquisava para achar a cura do câncer. A intenção podia até ser boa, mas isso não justificava as atrocidades que cometeu - comentou.

Essa é a visão de um só profissional da área, e deve haver relatos diferentes Brasil afora. Agora, vamos ver se os médicos formados no Exterior e revalidados preencherão as vagas que faltam no programa, já que na 1ª fase, muitos brasileiros se inscreveram, mas não compareceram.

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